Desafios do Avanço da Inteligência Artificial

Teógenes Moura
4 min readApr 4, 2017

Nos últimos 30 anos, o mundo tem vivido uma revolução tecnológica a partir da introdução do computador pessoal e da invenção da Internet. Em pouquíssimos anos, o custo do poder de processamento caiu exponencialmente, e computadores que antes ocupavam salas inteiras de prédios(https://pt.wikipedia.org/wiki/ENIAC), passaram a caber em nossos bolsos e mais recentemente até nos nossos pulsos (alguns diriam até nas nossas fitas de DNA).

Essa evolução na capacidade humana de computar levou ao desenvolvimento de áreas do conhecimento que antes eram bloqueadas por falta de poder de processar quantidades massivas de dados, entre elas a Inteligência Artificial (AI).

Área originária dos campos da Ciência da Computação e Matemática, hoje há aplicações de AI que permeiam praticamente todas as áreas da vida moderna: Desde a medicina e psicologia, transporte (exemplos mais comuns são os carros autônomos, cuja implementação já está pronta, e aplicativos como Uber e Lyft, que traçam rotas automaticamente dependendo da sua localização), Moda (a Stitch Fix aprende o gosto para vestuário de cada um baseada no comportamento do usuário), Direito (robôs-advogados já são realidade) até jogos para tabuleiro e falar com entes queridos que já faleceram , técnicas de Inteligência Artificial estão sendo usadas para os mais diversos fins. Inclusive, se você já checou seu Facebook ou Email hoje, você já usou várias "inteligências artificiais" sem nem perceber.

Mas o que é Inteligência Artificial, de fato? Além de referir-se à área da Computação, de acordo com a Wikipedia (esta própria que por sua vez utiliza AI), AI é "a inteligência similar à humana exibida por mecanismos ou software", ou de acordo com os pesquisadores, "o estudo e projeto de agentes inteligentes”, onde um agente inteligente é um sistema que percebe seu ambiente e toma atitudes que maximizam suas chances de sucesso."

Na prática, são programas que aprendem a classificar entradas em diversos grupos sem que nós tenhamos que necessariamente ensiná-los as regras usadas para a separação. Por exemplo, podemos medir características (tamanho e comprimento da pétala, por exemplo) de vários exemplares de 4 espécies de flor:

Nós usamos esses dados para que o computador possa aprender os padrões de cada espécie e depois classificar novos exemplares sem que nós(humanos) tenhamos que intervir. Apenas como exemplo (não se assustem com a imagem abaixo!), no final do nosso experimento, teríamos um gráfico como este:

Em que dependendo da área da pétala e da sépala, o computador consegue classificar automaticamente um novo espécime desconhecido em uma das 3 espécies, setosa, versicolor ou virginica (não foi usada a Iris Mythica, quarta espécie, para este experimento).

No entanto, não só de flores vive a área de Inteligência Artificial. Diversas organizações e personalidades(incluindo Stephen Hawking e Elon Musk) já se manifestaram a favor de regular os avanços da área, que tem o potencial de servir como arma para catástrofes globais.

De acordo com a Revista Galileu, um trecho da carta é o seguinte:

"A tecnologia relacionada a inteligência artificial chegou a um ponto no qual a disposição desses sistemas é possível em questão de anos, não décadas, e as expectativas são altas: as armas autônomas foram descritas como a terceira revolução para as guerras, após a pólvora e as armas nucleares”, diz o documento. “A pergunta chave para a humanidade hoje é se devemos dar início a uma corrida de armas feitas com inteligência artificial ou se devemos prevenir que ela sequer comece.”

Além disso, organizações como a Open AI ("Descobrindo e construindo o caminho para inteligência artificial segura") e o Centro para Internet de Berkman, em Harvard, estudam diariamente os potenciais perigos do uso de AI por pessoas e entidades não bem intencionadas.

Cabe aos países desse comitê, em sua resolução, responder questões como:

1 — Qual é o papel da comunidade internacional em relação ao avanço da Inteligência Artificial? Devemos regular o seu uso em prol da segurança ou manter a liberdade de uso dos conceitos para as mais diversas áreas?

2 — Como evitar que a capacidade de AI fique nas mãos de uma entidade ou país só? Além disso, como educar a população em geral para os possíveis benefícios e malefícios de seu uso?

3 — Como estimular o bom uso de Inteligência Artificial e frear o seu uso indevido?

4 — Como os países do globo podem cooperar de forma harmoniosa para que todos possam desfrutar dos resultados advindo de pesquisa sobre Inteligência Artificial e seu uso?

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